2020
7
Jun

Covid-19Economia

Bolsonaro diz que o Brasil estuda deixar a OMS

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ameaçou que o Brasil pode deixar de integrar a OMS (Organização Mundial da Saúde) caso a entidade não deixe de ser, segundo ele, “uma organização política partidária” com “viés ideológico” na condução da pandemia do novo coronavírus.

A possibilidade da saída foi anunciada na noite desta sexta-feira (5), na porta do Palácio da Alvorada, em declarações à imprensa e apoiadores. Na fala, Bolsonaro atacou o presidenteTedros Adhanom e acusou a entidade de agir por “viés ideológico”.A possibilidade da saída foi anunciada na noite desta sexta-feira (5), na porta do Palácio da Alvorada, em declarações à imprensa e apoiadores. Na fala, Bolsonaro atacou o presidente Tedros Adhanom e acusou a entidade de agir por “viés ideológico”.

“A OMS é o seguinte né, o Donald Trump cortou a grana deles e voltaram atrás em tudo. O cara que nem é médico lá…Os Estados Unidos saiu, e a gente estuda no futuro ou a OMS trabalha sem o viés ideológico ou nós vamos estar fora também. Não precisamos de gente de lá de fora dando palpite na saúde aqui dentro”, ameaçou o presidente.

Minutos antes, Bolsonaro já havia feito menção à deixar a OMS por ser uma “organização político partidária”. “Para que serve a OMS? Ela recomendou há poucos dias não prosseguir os estudos com a hidroxicloroquina. É só tirar a grana deles que começaram a pensar de maneira diferente”, completou.

Na quarta-feira (3), a entidade anunciou que vai retomar os estudos com hidroxicloroquina para o tratamento de Covid-19, substância defendida pelo presidente.

A entidade havia suspendido as pesquisas com o medicamento para reavaliar sua segurança depois da publicação em 22 de maio de um estudo na revista médica inglesa Lancet com dados de 96 mil pacientes que indicava que as duas drogas, hidroxicloroquina e cloroquina, estavam relacionadas a maior mortalidade.

SAÍDA DOS EUA DA OMS

O movimento, caso se concretize, seguirá os passos dos Estados Unidos, que cortou relações com a organização em 29 de maio, acusando-a de ser tolerante com a China desde o começo da pandemia. Trump já tinha suspendido o repasse de recursos à agência sanitária da ONU há um mês, acusando-a de má gestão na pandemia de COVID-19.

Dez dias atrás, o presidente acusou a OMS de ser um “fantoche” da China desde que a crise sanitária eclodiu e disse que o congelamento de fundos se tornaria permanente a menos que a agência fizesse “melhoras substanciais”.

O líder republicano sustentou na quinta-feira que os Estados Unidos “vão redirecionar estes fundos a outras necessidades urgentes de saúde pública” no planeta. “O mundo precisa de respostas da China sobre o vírus. Devemos ter transparência”, acrescentou.

Pequim nega com veemência as acusações de Washington de que teria minimizado as ameaças quando o vírus surgiu na cidade de Wuhan, no fim do ano passado. As autoridades chinesas afirmam que os Estados Unidos tentam se esquivar de suas responsabilidades perante a OMS e seu fracasso em conter a pandemia.

Os Estados Unidos foram o principal contribuinte no orçamento da OMS, à qual repassou ao menos 400 milhões de dólares no ano passado.

 
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