2020
23
Apr

EconomiaPolíticaSaúdeSegurança

ABE DIZ QUE JAPÃO ESTÁ EM UM MOMENTO CRUCIAL PARA CANCELAR O ESTADO DE EMERGÊNCIA

O Japão está enfrentando seu “momento mais crítico” para que o estado de emergência imposto devido à epidemia de coronavírus seja cancelado o mais rápido possível, disse o primeiro-ministro Shinzo Abe na quarta-feira, ao pedir uma redução adicional no contato entre pessoas.

Abe enfatizou a necessidade das pessoas evitarem ir a suas cidades natais para ver os pais e familiares durante o feriado de “Golden Week”, do final de abril ao início de maio e recomendou reuniões on-line.

“Para cancelar esse estado de emergência o mais rápido possível, agora é o momento mais crítico para nós”, disse Abe em uma reunião da força-tarefa do governo sobre a resposta ao coronavírus.

“Gostaria de pedir ao povo do Japão que reavaliasse o comportamento e cooperasse para diminuir o contato pessoal em 80%”, disse Abe.

Duas semanas se passaram desde que Abe declarou estado de emergência em Tóquio, Osaka e cinco outras províncias. Ele então o expandiu para todo o país em 16 de abril, enquanto prometia lançar uma ajuda de 100.000 ienes para todos os residentes.

Sob o estado de emergência que permitiu que os governadores das províncias tomassem medidas mais fortes para impedir a propagação da COVID-19, os residentes foram solicitados para evitarem passeios não essenciais e ficarem em casa. A declaração também levou ao fechamento de lojas.

Abe vem pedindo uma redução de até 80% no contato entre pessoas e de 70% no deslocamento ao trabalho.

Os movimentos das pessoas diminuíram mais de 60% nos dias úteis e mais de 70% nos fins de semana nas áreas urbanas, quando comparados com o período anterior à disseminação do vírus no Japão, segundo Abe.

Mas o Japão confirmou cerca de 450 novos casos na quarta-feira, sem mostrar sinais de diminuição.

A expansão do estado de emergência da semana passada, até 6 de maio, teve como objetivo impedir que as pessoas viajassem livremente pelas cidades e disseminassem infecções. Sem a disseminação do vírus, muitos japoneses teriam retornado às suas cidades e viajado durante os próximos feriados.

Os turistas que viajam nos feriados podem não ser os únicos a espalhar o vírus, pois surgiram relatos de um número crescente de pessoas que atravessam as fronteiras da província por diferentes razões, como ir a salões de pachinko que permanecem abertos em alguns lugares, apesar dos pedidos de suspensão de negócios dos governadores locais.

Espera-se que Abe busque opiniões de especialistas por volta de 30 de abril sobre a situação da infecção para determinar se o estado de emergência deve ser estendido, disseram fontes do governo.

Um painel de especialistas do governo recomendou quarta-feira que as pessoas façam compras não urgentes, consultem médicos e realizem reuniões de negócios, assim como festas on-line para atingir a diminuição de 80% no contato humano.

Também recomendou para as pessoas fazerem compras sozinhas para evitar a superlotação nos supermercados.

Ainda são permitidas compras de supermercado, visitas a hospitais e caminhadas, enquanto os pedidos de “stay home” (ficar em casa) estão em vigor.

Os governadores de Tóquio e Osaka estão planejando pedir aos supermercados que limitem a entrada de compradores.

“Estamos planejando estabelecer regras o mais rápido possível para reduzir os 3 Cs”, disse o governador de Osaka, Hirofumi Yoshimura, em entrevista coletiva.

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, também disse que o governo metropolitano divulgará suas diretrizes sobre como reduzir a quantidade de pessoas em supermercados e outras lojas na quinta-feira.

 

©KYODO

 
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